quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Radares do Pensamento?

radares do pensamento














É o fim da nossa privacidade?


Hoje em dia  quase todas forças militares usam radares – mas no caso dos radares sociais, só a Força Aérea dos Estados Unidos conhece o conceito.

Mark Maybury, líder do departamento de investigação da Força Aérea norte-americana, não tem qualquer prurido em confirmar, em entrevista à revista Wired, que o desenvolvimento de um radar social tem por objectivo «entrar nos corações e nas cabeças das pessoas».

Nessa mesma entrevista, Maybury faz um exercício de futurismo em que descreve um radar social como um sensor virtual que colide múltiplas fontes de informação para saber o que um grupo de pessoas, uma cidade, ou um país inteiro pensam sobre diferentes temas.

O tema já começou a ser trabalhado em diferentes projectos apoiados pelo governo dos EUA.

 Num ensaio produzido em 2010, Maybury lembra que os radares sociais poderão trabalhar informação de origens tão díspares quanto as estatísticas sociométricas, os timelines do Facebook, informação de voluntários de organizações humanitárias, dados obtidos por aviões de espionagem, epidemias, nível da inflação ou a taxa de inflação.

Com todos estes dados, os investigadores da Força Aérea norte-americana acreditam ficar em condições de prever as reacções de populações estrangeiras, face a diferentes intervenções militares. O que poderia ajudar a alcançar objectivos estratégicos numa guerra e eventualmente reduzir o número de baixas dos dois lados da barricada.

Até à data, o exército norte-americano já despendeu 125 milhões de dólares em projectos que permitem conhecer melhor o comportamento das populações durante um conflito – com especial destaque de aplicações que analisam os fóruns da Internet em línguas faladas no Afeganistão ou no Iraque.

Como em todos os dispositivos usados na guerra, os radares sociais terão de saber superar algumas barreiras:


«Do mesmo modo que um radar tem de saber vencer as interferências, a camuflagem e outras formas de ocultação, o radar social (para funcionar) tem de superar acessos negados, censura, e mentiras», atenta Maybury.

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