É o fim da nossa privacidade?
Hoje
em dia quase todas forças militares usam
radares – mas no caso dos radares sociais, só a Força Aérea dos Estados Unidos
conhece o conceito.
Mark
Maybury, líder do departamento de investigação da Força Aérea norte-americana,
não tem qualquer prurido em confirmar, em entrevista à revista Wired, que
o desenvolvimento de um radar social tem por objectivo «entrar nos corações e
nas cabeças das pessoas».
Nessa
mesma entrevista, Maybury faz um exercício de futurismo em que descreve um
radar social como um sensor virtual que colide múltiplas fontes de informação
para saber o que um grupo de pessoas, uma cidade, ou um país inteiro pensam
sobre diferentes temas.
O
tema já começou a ser trabalhado em diferentes projectos apoiados pelo governo
dos EUA.
Num ensaio produzido em 2010, Maybury lembra
que os radares sociais poderão trabalhar informação de origens tão díspares
quanto as estatísticas sociométricas, os timelines do Facebook, informação de
voluntários de organizações humanitárias, dados obtidos por aviões de espionagem,
epidemias, nível da inflação ou a taxa de inflação.
Com
todos estes dados, os investigadores da Força Aérea norte-americana acreditam
ficar em condições de prever as reacções de populações estrangeiras, face a
diferentes intervenções militares. O que poderia ajudar a alcançar objectivos
estratégicos numa guerra e eventualmente reduzir o número de baixas dos dois
lados da barricada.
Até
à data, o exército norte-americano já despendeu 125 milhões de dólares em
projectos que permitem conhecer melhor o comportamento das populações durante
um conflito – com especial destaque de aplicações que analisam os fóruns da
Internet em línguas faladas no Afeganistão ou no Iraque.
Como
em todos os dispositivos usados na guerra, os radares sociais terão de saber superar
algumas barreiras:
«Do
mesmo modo que um radar tem de saber vencer as interferências, a camuflagem e
outras formas de ocultação, o radar social (para funcionar) tem de superar
acessos negados, censura, e mentiras», atenta Maybury.
Fonte: Exame Informática
0 comentários:
Enviar um comentário